Com o Catar como sede do evento, o feito é ainda mais representativo para o direito das mulheres ao redor do mundo

 Pela primeira vez na história do Torneio Mundial de Futebol o trio de arbitragem é formado por três mulheres. Desde a primeira edição em 1930, no Uruguai, e com a participação de apenas 13 seleções, o evento sempre contou com profissionais do gênero masculino para compor as atividades dentro e fora de campo.

Somente seis décadas depois que a primeira edição feminina do campeonato aconteceu, no ano de 1991, na China, com menos de um mês de duração e 12 seleções. Agora, em 2022, ano em que o campeonato comemora 31 anos, é a primeira vez na história que um trio de arbitragem é formado por mulheres. A brasileira Neuza Back, a francesa Stéphanie Frappart e a mexicana Karen Diaz Medina serão as responsáveis pela partida entre Costa Rica e Alemanha pelo Grupo E, que acontece nesta quinta-feira (01).

“O caminho percorrido por mulheres no mercado de trabalho é árduo, principalmente em profissões culturalmente relacionadas à atuação dos homens, como é no futebol. Seja dentro ou fora do gramado, sempre existe algum questionamento sobre a competência e capacidade emocional das mulheres para ocupar determinados cargos ou desempenhar papéis específicos. É muito gratificante ver o trio de arbitragem composto por mulheres, ao mesmo tempo que nos mostra um atraso gigantesco. Desde o surgimento do campeonato são 92 anos”, lembra Bruna Caldas, gerente de marketing da Betsson no Brasil.

Além do trio de arbitragem, esta é a primeira vez que o principal grupo de comunicação responsável pela transmissão do Mundial, a Globo, tem uma equipe de narradoras e comentaristas participando das transmissões. São elas: Renata Silveira e Renata Mendonça, Ana Thaís Matos e Natália Lara.

Alline Calandrini, ex-jogadora de futebol, que atuou em clubes como o Santos e Corinthians, faz parte do time de influenciadores da marca e conheceu de perto as dificuldades de ser mulher no mercado esportivo. “Esse é um momento extremamente importante para as mulheres em busca de igualdade, mesmo depois de tantos anos e, falando especificamente desta edição, após quase 11 dias acontecendo, teremos uma mulher liderando. Melhor que isso, um trio de mulheres, inclusive com uma brasileira. É, de fato, histórico ter essas mulheres presentes em um ambiente 100% ocupado por homens e, sabemos que a mulher no esporte, no futebol, é resistência desde sempre. Este ano temos mulheres comentando em TV aberta, narrando, e isso é mais uma conquista da luta por igualdade, em que nós mulheres buscamos ocupar o espaço que merecemos. Não por sermos apenas mulheres mas, também, profissionais muito competentes que estão à frente disso, carregando um certo pioneirismo. E, que outras mulheres possam se espelhar nessas funções dentro do esporte, que ainda é muito machista e preconceituoso.”