Gozar é verbo passional direto que deve ser conjugado por duas pessoas em igualdade de posição – qualquer que seja ela – e precisa sempre resultar na satisfação plena de todos os envolvidos. Mas nem sempre é isso que acontece. Por quê?
No dia 31 de julho, dia em que foi comemorado o orgasmo, recebi esses dados:
“O Sexlog, maior rede social adulta da América Latina, realizou uma pesquisa para saber quais são as preferências dos seus usuários para chegar ao orgasmo. Segundo a pesquisa, 45% dos entrevistados afirmaram que têm mais orgasmos quando experimentam a posição “de quatro”. Mas essa não é a única forma. “De lado” com 33% (os que preferem essa posição afirmaram ter tido 3 orgasmos durante a transa); “por cima” também é uma das queridinhas com 21% das respostas, depois o tradicional “Papai e Mamãe” com 15%.
Além disso, depois da penetração, o sexo oral e estímulos com as mãos são as formas mais fáceis de chegar ao orgasmo, segundo homens (15%), casais (19%) e mulheres (29%). Para os entrevistados, gozar é fundamental para que o sexo seja bom. Entre as mulheres, 49% delas acham importante e, entre os homens, 61%. E, claro, sempre tem alguém que já fingiu um orgasmo, né? Segundo a pesquisa, 26% das pessoas já fingiram orgasmo, sendo que 47% são homens, 37% casais e 12% são mulheres.”
Esses são os dados. Mas o que acontece mesmo entre quatro paredes? Gozar é uma libertação, mas ainda existem pessoas presas em tabus, medos, aparências…e que fingem o orgasmo. Será que ainda nos sentimos na obrigação de agradar o outro a qualquer custo? Acredito que sim.
Se apenas a aparência conta, por que um orgasmo precisa ser verdadeiro? Será que gozar – de mentira ou de verdade – nos faz melhores, da mesma forma que um corpo perfeito parece nos trazer a eterna felicidade? No mar da superficialidade, um mergulho pode ser fatal. E nem todo mundo está disposto a se molhar.
Afinal, o gozo pede entrega. Ter um ou mil orgasmos depende muito mais da cabeça do que do resto. É quando nos libertamos de toda culpa e nos consideramos merecedoras da plenitude de um gozo. E esquecemos defeitos e preconceitos para apenas nos atirar.
Percebam que não estou falando necessariamente de amor, apesar de ter certeza que ele é um ingrediente fundamental no prazer. A cumplicidade pode nos dar orgasmos tântricos homéricos, enquanto que a paixão/tesão momentâneos pode nos dar um sexo animal… e sensacional também.
O que estou questionando é: estamos dispostos? Temos coragem de gozar? De mostrar para o outro do que somos capazes? De realmente nos entregar? Porque todos temos essa mágica dentro de nós. Seres humanos que somos, com toda a capacidade de demonstrar prazer. E afeto. O que diferencia quem goza de quem nunca deu um gritinho – verdadeiro – de prazer?
Existe um filme chamado Histeria que trata muito bem desse assunto. Nos anos 20, as mulheres, tidas como histéricas, eram taxadas de loucas e enclausuradas em hospícios. Até o momento em que um médico percebeu que, o que as deixava descontroladas, era a falta do prazer. Do gozo, não do sexo. As mulheres casadas, entediadas ou viúvas, quase todas sofriam desse mal. Máquinas de procriar, não tinham direito ao gozo, o que era restrito às putas que davam prazer para os homens. Prazer. Nunca filhos.
E até pouco tempo atrás, as mulheres ainda ligavam as relações sexuais à gravidez e o prazer pelo prazer era inexistente. Até as revolução sexual, a pílula anticoncepcional e todas mudanças advindas da tal queima dos soutiens. De lá pra cá, muita coisa se perdeu, outras foram bobagem mesmo, mas o direito ao gozo ainda é fundamental. Então, por que ainda tem tanta mulher que nunca “virou os olhinhos”?
E por que os homens fingem um orgasmo? Para terminar logo, pedir um táxi e mandar a mulher embora sem precisar conversar? Ou apenas para mostrar que consegue? Com tantos estimulantes, remédios, essa busca pela virilidade está até entre os mais jovens que querem sempre mais. Só que…mais o que? Não adianta nada ficar 3 horas transando e depois virar para o lado e dormir feito um babaca. Que tal prestar mais atenção no que nós queremos?
Acho que existe muita frescura por aí, muita pose, muito corpo perfeito mas sem nenhum sentido. Nem sentir. Muitos amigos reclamam de mulheres sem iniciativa, que parecem estar em outro mundo, se importam só com a celulite que está aparecendo e esquecem do essencial: a fúria! Outras amigas reclamam que o cara é cheio de dedos – não no bom sentido – que não tem pegada, faz o básico e fim. Sexo é instinto, poxa! É hora de esquecer boleto, filhos, culpa, religião, os quilinhos a mais…E se jogar! Não vai ter foto – a menos que seja a sua profissão ou apenas um tara mesmo – ou plateia. A menos que seja realmente sua profissão. Ou tara mesmo.
Então…fecha os olhos e vai. Ou apague a luz se algo realmente te incomoda. GARANTO que o outro nem olha. E se olha demais também, troca. Explore seus sentidos – meio 9 e meia semanas mesmo, se lambuze! – e conduza quem estiver ao seu lado até onde você quiser, dê e receba muito prazer. Não tenha vergonha de nada, essa palavra não combina com sexo. E prepare-se para a maior liberdade da sua vida…A sensação mais plena que o seu corpo irá conhecer. Aproveite!
PS: Camisinha sempre, ignorância nunca! BJ
Que assim seja…
Amém!
Oi bom dia, também já me fiz essa pergunta, será que corpos perfeitos tem mais qualidade no prazer?será que corpos deformados ou conformados pelo silicone ajudam na hora do libido?
abraço;
Gilmar
Espero que não! O prazer tem muito mais a ver com nossas emoções e auto estima do que o nosso corpo. Grande abraço, obrigada