Estudo da UNICEF aponta que 30% das mulheres não realizam acompanhamento regular; vacinação correta pode ajudar a prevenir casos da doença
As Hepatites A, B e C – tipos de infecções no fígado que são adquiridas por vírus – afetam 325 milhões de pessoas e causam 1,4 milhão de mortes por ano no mundo todo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Como forma de conscientizar a população sobre a condição, o dia 28 de julho foi instituído como o Dia Mundial de Luta contra as Hepatites Virais.
Essas doenças também acometem gestantes e podem trazer riscos. Segundo a Dra. Maria Isabel de Moraes Pinto, infectologista e especialista em vacinas do Salomão Zoppi, pertencente à Dasa, maior rede de saúde integrada do Brasil, a gravidez é sempre um período peculiar na vida da mulher, em que ela está predisposta a algumas infecções que podem ser mais graves e que, consequentemente, causam acometimento do feto e do recém-nascido. Neste caso, a prevenção por meio das vacinas é fundamental.
Imunizantes para as hepatites do tipo A e B já estão disponíveis e o recomendado é que a mulher já tenha se vacinado antes do início da gestação. Em relação à vacinação para o tipo B, caso o corpo da mulher não tenha respondido à imunização ou ela não tenha concluído as doses indicadas antes da gestação, é possível dar continuidade ao processo durante a gravidez, com o devido acompanhamento médico. Para a imunização dos bebês, a recomendação é aplicar a primeira dose nas 12 horas iniciais de vida.
Dessa forma, a realização de um pré-natal adequado é essencial no combate a essa e outras doenças. Conforme estudo realizado em 2020 pela UNICEF, 30% das mulheres não realizam um acompanhamento regular no Brasil. A falta de informação e acompanhamento médico durante o período gestacional pode atrapalhar o processo.
“Para aquela mulher portadora da hepatite B, que não tratou esse problema durante a gestação, é importante assegurar que esse bebê não se infecte. Para isso, além da administração da vacina nas primeiras horas, os filhos de mulheres expostas ao vírus também devem receber a administração concomitante, mas em outro grupo muscular, da imunoglobulina específica para a condição. Se essa imunoglobulina não estiver disponível no momento do parto, a administração pode ser feita em até 7 dias”, detalha Dra. Maria Isabel de Moraes Pinto.
O diagnóstico da hepatite B se dá por meio de testes de sangue chamados HbsAg e Anti-HBc, e são exames obrigatórios no acompanhamento do pré-natal. Caso positivo, a paciente deve ser encaminhada a um especialista para início do tratamento, que varia de acordo com o grau de gravidade da patologia, e por isso a necessidade do acompanhamento médico em todas as etapas da gestação.
Para as crianças não expostas ao vírus, é indicado realizar a imunização de rotina: na rede privada, ela é feita com uma dose ao nascer e outras duas doses aos 2 e 6 meses de idade. No SUS, são realizadas 4 doses, com o acréscimo de uma dose aos 4 meses de idade.