Planejado para ser um evento exclusivamente digital, a primeira edição do Flitabira – Festival Literário Internacional de Itabira – avançou, com bases seguras e protocolos rígidos contra a Covid-19, para ser também presencial, ao construir, na rua da Casa de Drummond, um espaço lítero-gastronômico-artístico. Tudo com entrada franca, com um público presente estimado em 10 mil pessoas.
Depois de cinco dias de programação ininterrupta (27 a 31/10), o festival, idealizado por Afonso Borges com o patrocínio do Instituto Cultural Vale, terminou com a sensação de dever cumprido: “a cidade abraçou o Flitabira como se estivéssemos sempre ali”, afirma Borges. Em formato híbrido, 24 horas no ar, o evento teve mais de 80 horas de transmissão no Youtube, totalizando 580 mil visualizações e impressões em redes – registros fornecidos pelos indicadores de métricas das plataformas. Importante: tudo com entrada gratuita, ao contrário de outras festas e feiras similares.
Na programação presencial, o Flitabira foi aberto com a apresentação do espetáculo “Sem Lugar”, do grupo de dança Primeiro Ato, de Suely Machado, baseado na obra de Drummond. Destaque para a participação de 31 autores de Itabira, que lançaram seus livros e participaram de debates. Com o objetivo de fomentar a economia local, no espaço gastronômico, a prioridade foi para os empreendedores da região, onde 13 microempresas do ramo da culinária e bebidas puderam compensar as perdas durante a pandemia, com um ótimo resultado. Cerca de 150 pessoas foram contratadas direta ou indiretamente para trabalhar na produção e outras atividades do festival. A grande maioria dos artistas que se apresentou no palco também foi de Itabira e região. A população se fez presente totalizando um público de cerca 10 mil pessoas.
Destaque também para os convidados que estiveram na cidade especialmente para o Flitabira, como Pedro Drummond que, além de fazer o lançamento do livro “Vasto Mundo” (fotos de Adriano Fagundes e poemas de CDA), fez o anúncio oficial da Editora Record como nova casa da obra do Poeta. Importante também a atitude da atriz e escritora Bruna Lombardi, que se deslocou para Itabira, pela primeira vez, onde autografou livros e mediou debates, ao lado de Afonso Borges, direto da Casa de Drummond.
O Instituto Cultural Vale, além de patrocinador exclusivo, se fez presente em todo Festival. A mesa online de abertura, intitulada “Cultura Pós-Pandemia”, foi realizada com o presidente do conselho do ICV, Luiz Eduardo Osorio e Danilo Santos de Miranda, diretor do Sesc SP. Além disso, Flavia Constant, gerente executiva de investimento social e cultural, prestigiou a programação presencial do Festival, reforçando o compromisso e dedicação da Vale com Itabira.
O Prêmio de Redação, realizado entre os estudantes das escolas de Itabira contou com a participação de 26 escolas, envolvendo 5 mil alunos. A base para a elaboração dos textos concorrentes foi a exposição “Ocupação Dom Quixote – Portinari e Drummond”, que ficou montada na Praça do Areão, de julho a outubro. Compondo a ação educativa, aconteceu o “Aulas Livres”, no qual os professores foram convidados a ministrar aulas à luz de suas disciplinas, acerca da exposição.
A UFMG – Universidade Federal de Minas Gerais –, por meio do Projeto República, participou do Flitabira com o “Caminhão Museu da UFMG”, um veículo adaptado que conta com vários ambientes lúdicos e educativos, como uma sala de cinema e vídeo-animações, exposição fotográfica, uma biblioteca com centenas de títulos e um palco, onde aconteceram debates e mesas, ao ar live. Com o tema “Sentimentos da Terra”, é um centro de difusão de conhecimentos que incentiva a imaginação e a experimentação da diversidade cultural do país. Recebeu intensa visitação de estudantes das escolas da cidade.
Protagonismo ganhou também o Sino Elias, imortalizado no poema “O Sino”, que voltou a ser tocado depois de anos de silêncio. O festival levou ao município os sineiros Thiago Neves e Gilberto Henrique Gonçalves, vindos de Ouro Preto, especialmente para apresentar, na abertura, uma sinfonia de sinos, diretamente da Catedral Nossa Senhora do Rosário. O sino voltou a tocar todos os dias, sensibilizando os cidadãos da cidade e emocionando todos que ouviram. Os Mestres Sineiros alternaram toques fúnebres (dobres), em respeito às vítimas da Covid-19, e repiques (festivos), compondo verdadeiro concerto. É dado como certo o retorno deles à cidade para ministrar oficinas, dado o fato que não existem mais estes profissionais em toda a região.
Vale ressaltar que toda a equipe que trabalhou no Flitabira cumpriu rígido protocolo de controle da Covid-19, alcançando 150 testes durante o período do evento. Além da utilização permanente de máscaras e distanciamento.
A única livraria da cidade a “Clube da Leitura”, que recebeu estrutura especialmente montada, transformou-se no coração do Festival, comercializando cerca de 1.200 exemplares, “o equivalente a um mês de Natal ou quase o dobro do que vendeu nos meses anteriores, durante a pandemia”, comemora Juliana Naves, a proprietária.
Vale também falar sobre o projeto “Pão em Poesia”, que distribuiu, para as padarias da cidade 30 mil sacos de diversos formatos, com poemas de Carlos Drummond de Andrade estampados, durante o mês de outubro.
No total, 139 autores participaram do Flitabira, virtualmente, entre eles, Mia Couto, Thiago Amparo, Gregório Duvivier, Valter Hugo Mãe, Eliana Alves Cruz, Ailton Krenak, José Miguel Wisnik, Itamar Vieira Jr., Antonio Fagundes, Monja Coen, Danilo Miranda, Flávia Oliveira, Jeferson Tenório, Sérgio Abranches, Heloisa Starling, Miriam Leitão, Tom Farias, Bruna Lombardi, Humberto Werneck, Rodrigo Lacerda e Tatiana Salem Levy. Utilizando o acervo virtual do “Sempre Um Papo” e do “Fliaraxá”, a programação foi ampliada, compondo 24 horas de atividade.
O Flitabira e o Sempre Um Papo foram viabilizados com o patrocínio do Instituto Cultural Vale, com um mix de recursos próprios e da Lei Federal de Incentivo à Cultura da Secretaria Especial da Cultura do Ministério do Turismo. O Instituto Cultural Vale também patrocinou, com recursos próprios, o livro “Vasto Mundo”.
O Flitabira contou ainda com com o apoio da Prefeitura Municipal de Itabira, via Secretaria Municipal de Educação e da Fundação Cultural Carlos Drummond de Andrade.
2022 – Segunda Edição do Flitabira
Para 2022, quatro datas importantes se encontrarão na segunda edição do Flitabira: 120 anos de Carlos Drummond de Andrade, 100 anos de José Saramago e 80 anos da Vale e da editora do Poeta, Grupo Editorial Record.
O Flitabira 2021 em números (*)
Público presencial:
Cerca de 10 mil pessoas, de 27 a 31 de outubro de 2021
Público online:
Facebook: 455 seguidores
Instagram: 2187 seguidores
Twitter: 103 seguidores
Inscritos no Youtube: 814
Total de impressões: 580.000 (visualizações que o conteúdo alcançou nas redes sociais Facebook, Instagram, Youtube)
15.300 visualizações dos vídeos no Youtube
19.400 minutos visualizados no Facebook
Programação:
Total autores: 139
Autores de Itabira: 31
Autores nacionais inéditos: 37
Autores internacionais: 2
Autores acervo: 69
Autoras sexo feminino: 24
Autores sexo masculino: 40
Autores negros: 15
Autor indígena: 1
Flitabira Mesas /debates
Mesas inéditas: 21
Mesas inéditas programação autores itabiranos: 12
Total de mesas do acervo digital: 51
Lançamentos presenciais na Livraria: 8
Total de livros vendidos na livraria: cerca de 1216
Educativo
Prêmio de Redação
Escolas participantes: 26
Alunos envolvidos: 5.000
Aulas Livres
Aulas realizadas: 9
Total de visualizações: 979 até o dia 01/11/2021
Material educativo: 20 mil cópias do programa da exposição “Ocupação Dom Quixote, Portinari e Drummond” distribuídas, sendo 5 mil destinadas às escolas da rede municipal de ensino.
Equipes de Trabalho
Equipe de transmissão on line: 8
Equipe de comunicação: 6
Equipe de produção: 10
Contratações diretas e indiretas: 54
Gastronomia / Parceiros: 13
Gastronomia / Contratações indiretas: 52
Total: 143 pessoas