Se conhecer é o melhor caminho para saber o momento de desistir de projetos, fazer novas escolhas e mudar o rumo da vida
As discussões sobre saúde mental têm se tornado cada vez mais frequente em todo o mundo, principalmente após o início da pandemia. Dados da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) mostram que no Brasil a busca por consultas com psicólogos ou psiquiatras aumentou 25% nos últimos 12 meses. E nas últimas semanas o debate sobra saúde mental ganhou novos contornos quando a ginasta Simone Biles desistiu de disputar a final das Olimpíadas alegando problemas emocionais.
A psicóloga Renata Alvarenga, coordenadora do curso de psicologia da Faculdade Pitágoras, afirma que a vida nos impõe limites internos e externos e que o autoconhecimento é fundamental para saber a hora de desistir de um projeto. “A liberdade tem limites e responsabilidades. Conhecer os próprios limites requer um olhar para dentro. O autoconhecimento nos permite entender o nosso modo de funcionamento e como repetimos um comportamento que às vezes nos machuca. O caminho para conhecer os próprios limites é identificar quais são os padrões de comportamento repetitivos que geram mal-estar e angústia. Quando um projeto nos tira o sono, deixa ansioso, desmotivado e sem energia, são sinais de que a nossa vida está rejeitando o andamento do projeto”, explica Renata.
Para a docente, em uma sociedade que valoriza a performance, o corpo, a beleza, o não envelhecer e o lucro, priorizar a saúde mental é, em alguma medida, negar essas imposições sociais. “A nossa sociedade prioriza o sucesso, estarmos sempre conectados e eficientes. É preciso quebrar alguns tatus, reavaliar a nossa rotina e repensar a nossa vida. Se comprometer com as nossas escolhas é um processo doloroso de se conhecer, é ir na contramão do que é imposto socialmente. Priorizar a saúde mental é fundamental, é uma atitude de amor-próprio e respeito”, diz.
A psicóloga explica que o corpo apresenta sinais para mostrar que chegou ao limite e é preciso estar atento a eles para evitar um colapso. “Esses sinais são observados nas mudanças comportamentais, na perda de interesse nas atividades prazerosas e em sintomas como insônia e irritabilidade. Quando a pessoa chega em seu limite ela diminui o rendimento e surge então uma exaustão emocional, sensação de esgotamento e de frustração. A pessoa vai perdendo o prazer na execução do trabalho e vem uma sensação de que tudo é muito complicado, desgastante e que demanda uma energia muito maior do que a pessoa possui. O mais grave é que a pessoa começa a ficar endurecida emocionalmente, que é não se importar com o que o outro está sentindo porque ela está completamente exausta”.
Para evitar esse cenário de esgotamento mental, a profissional da psicologia elenca alguns hábitos que são importantes para cuidar da saúde mental. “O ideal é se conhecer, o autoconhecimento continua sendo fundamental para impor limites. Identificar pequenos prazeres como escutar uma música, orar, meditar. A arte em si tem o poder de nos tirar da rotina. Uma boa companhia, uma conversa libertadora são hábitos importantes. É preciso perceber que a agitação externa também gera uma agitação interna, por isso desacelerar é fundamental. Perceber quem é você para não se perder nas demandas infinitas dos outros e impor limites quando perceber excessos. Além de adotar uma alimentação saudável e praticar exercícios físicos, dedicar tempo para as coisas que te dão prazer. A busca de uma vida com ponderação é fundamental, seja no trabalho ou no lazer”.
Na visão da psicóloga, a melhor maneira de encarar os desafios da vida e as descobertas é compreender quem é você nas suas decisões pessoais. “O autoconhecimento é um processo doloroso de reconhecer suas limitações e descobrir suas potencialidades. E nos ajudar a equilibrar nossa saúde mental e enfrentar as diversas situações da vida seja no luto, nas relações amorosas, no trabalho, em situações que perdemos o controle ou em qualquer circunstância que nos afete. Autoconhecimento é a chave mestre para uma boa saúde mental”, conclui Renata.
Clínicas-escola
A Faculdade Pitágoras oferece atendimento psicológico à população em suas clínicas-escola. Os serviços são ofertados de forma gratuita ou com preços acessíveis. Nas clínicas, os alunos têm a oportunidade de vivenciar na prática a carreira escolhida, além de cumprir um papel de compromisso social oferecendo atendimento à comunidade local.
As clínicas-escola de psicologia da Pitágoras estão presentes nas cidades mineiras de Belo Horizonte, Betim, Divinópolis, Governador Valadares, Ipatinga, Poços de Caldas e Uberlândia. No segundo semestre deste ano está prevista a inauguração de mais uma clínica na capital mineira. Os atendimentos devem ser agendados e os interessados devem entrar em contato pelo telefone da Unidade mais próxima de sua casa. Os contatos de cada Unidade da Faculdade Pitágoras em Minas Gerais podem ser consultados em https://www.pitagoras.com.br