Conheça algumas das estratégias com a coordenadora de psicologia da Veiga de Almeida. Danielle Larmarca. A profissional fala sobre trabalho remoto e sobre como manter a mente em ordem para ficar equilibrado durante o período de distanciamento social
A coordenadora do curso de Psicologia da Universidade Veiga de Almeida (UVA), Danielle Lamarca, destaca que, neste período de isolamento social por causa da pandemia do novo coronavírus é importante estar consciente de que não se trata de uma prisão. “O sentimento de isolamento forçado é muito comum e pode afligir bastante as pessoas. Por isso, é necessário um treinamento diário para se lembrar do objetivo da quarentena. Ter consciência de que essa medida visa dirimir a possibilidade de uma calamidade maior ajuda a enfrentar a situação”, explica.
A professora também avalia que é fundamental se manter ativo, tanto física quanto mentalmente, e completa: “É a hora de aproveitar o tempo adicional que ganha por não ter o deslocamento para o trabalho e usar a internet como grande aliada”. Segundo Danielle, fazer cursos online de línguas, de fotografia, tour por museus digitais, entre outros recursos, são algumas das possibilidades de usar a plataforma tecnológica para expandir os conhecimentos.
Danielle avalia, ainda, que geralmente o estresse é identificado como algo apenas ruim, mas na verdade não é. “O cérebro se mantém estressado quando está em atividade. O importante é fazer uma dosagem disso. Quem está fazendo home office, por exemplo, tem que se policiar para não trabalhar o tempo todo”. Segundo a professora, se o cérebro tiver uma hiper estimulação, pode acarretar em um cansaço cognitivo mental. O mais indicado é a pessoa conseguir estabelecer uma rotina. Fazer exercícios físicos, tomar seu desjejum, higiene pessoal, estabelecer horários de parada para almoço e para o fim do expediente. “E, quando acabar o trabalho, é indicado que desligue o computador e, se possível, até mesmo o celular para ter efetivamente um descanso renovador”, avalia Danielle.
Outro ponto que a psicóloga destaca é que estar sozinho não é necessariamente sinal de depressão, como muita gente pensa. “O que pode ocorrer é essa situação amplificar uma tendência à depressão pré-existente. Mas não é possível afirmar que o isolamento por si só provoque comportamentos depressivos”, ressalta.
Segundo Danielle, é comum vivenciamos medos e apreensões neste cenário de insegurança com relação à evolução do novo coronavírus e o tempo necessário de reclusão. “É tudo muito novo, a atual geração nunca passou por algo semelhante no Brasil. Para lidar com a situação da melhor maneira, o ideal é se manter informado o máximo possível e buscar ferramentas que ajudem a lidar com a própria insegurança e a falta de controle que, na verdade, temos em toda a vida, e não somente neste momento”.
A professora indica para quem precisa de auxílio uma plataforma que congrega psicólogos voluntários: www.trecrj.com/corona , uma iniciativa da Sociedade Psicanalítica do Rio de Janeiro (SPRJ), que oferece acolhimento emergencial e atendimento voluntário em português, inglês, espanhol, francês e italiano.