Não tem nada que me irrite mais do que essa antecipação do Natal. Luzinhas brilhando pela cidade anunciam o frenesi e me arrepiam. Já não gosto muito da data e quando começo a receber “a primeira guirlanda de Natal” pelo messenger, f…Talvez seja por isso que o tempo está passando tão rápido…deu a louca no calendário!
Olha se não tenho razão: Carnaval há tempos não é mais em fevereiro. Em BH, então, tem ensaio de bloco de janeiro a janeiro. Pacote de réveillon começa a ser vendido em julho. De verdade! Dia das crianças já é anunciado em agosto, o que faz com que o bom velhinho desembarque nos shoppings já em novembro. Haja bolso!
Tenho uma certa nostalgia daquela expectativa quase mágica que ainda enfeitava a véspera e manhã de Natal. Também era a única época do ano em que se ganhava mesmo um presente. Eu, como nasci em dezembro, acabava ganhando uma lembrancinha em alguma das duas datas – ÓDIO! – mas tive momentos felizes.
O que me assusta hoje é esse frenesi pelo ter e todo o resto que ficou esquecido. Vi hoje na TV que uma moça estava na porta de uma loja para aproveitar as promoções da Black Friday. Questionada sobre o que estava entre os seus objetos de desejo, ela disse: Qualquer coisa!
Faz sentido para você? Pra mim não. Essa compulsão, essa pressa, faz tudo perder um pouco o charme, o suspiro, a espera. Afinal, o melhor da festa ainda é esperar por ela! E o que temos esperado? Qual é a grande conquista? Sei lá. Tudo ficou chato, imediato, vazio. A diversão é momentânea, os relacionamentos líquidos – adoro essa expressão – e nem nos atemos nem mesmo aos nomes dos novos conhecidos. Não temos pausa.
E vem aí mais um rolo compressor. Dezembro já chega anunciando a queima de fogos e as celebrações, confraternizações e amigo ocultos devastam a agenda. Ligamos no automático, compramos as lembrancinhas, fazemos cara de paisagem e nem ao menos sabemos o que se passa com quem está do nosso lado. Depois não reclama que mais um ano se foi e você nada fez de bom.
Feliz Natal! #sqn