Hoje a nossa entrevistada é a Camila Chiari que tem uma história linda para contar. Camila é modelo profissional, empreendedora social e fez uma coleção de camisetas junto a uma comunidade quilombola em BH. Descubra!
– Como você conheceu a comunidade Arturos?
Conheci a comunidade através de pesquisas na internet. Já estava com o projeto da confecção das camisetas em mente e precisava encontrar uma comunidade que atendesse ao que estava procurando. A primeira comunidade quilombola que conheci foi uma comunidade rural, a comunidade do Buraco,em Conceição do Mato Dentro. Fiquei encantada com a forma que eles ainda preservam os seus costumes e tradições que vem desde a época da escravidão.
-Qual foi a maior dificuldade enfrentada quando você começou o projeto?
Não é um caminho fácil, mas foi um projeto que desde o começo Deus abençoou muito e abriu as portas. Todas as pessoas da comunidade me receberam muito bem, mas daí a conquistar a confiança, se conhecer melhor, é um processo lento, mas que foi superado dia a dia.
-Como foi a aceitação da coleção no meio da moda?
Eu encontro uma grande dificuldade no mercado para as pessoas entenderem o que é empreendedorismo social porque as pessoas confundem isso com caridade. O propósito da marca não é fazer com que as pessoas comprem para ajudar a Camila ou a comunidade, nada disso. Nosso objetivo é oferecer um produto bom, competitivo no mercado, e que as pessoas tenham a consciência de que estão adquirindo um produto que, além de bonito e usável, também está desempenhando um papel social. As camisetas foram muito bem aceitas no meu meio, começamos pequeno e estamos trilhando o caminho. Mas as pessoas realmente se encantam com o projeto e preciso que elas entendam o que é o empreendedorismo social, que acredito que seja o futuro de todos os segmentos. Se comprarmos apenas para ajudar, compramos apenas uma vez. E não é isso que queremos. Queremos que o consumo gire e que as pessoas entendam o conceito do social dentro desse consumo.
– Esse projeto deu frutos e essa vivência foi retratada. Como surgiu a ideia da exposição?
Tem um ano que começamos o projeto e foi realmente uma imersão. Vou uma a duas vezes por semana, fico o dia todo lá, e o fotografo Fernando Diniz sempre me acompanhou. Tirávamos fotos das aulas para registro e aos sábados, do dia a dia da comunidade.
Crianças brincando, mulheres cozinhando, as tradições, missas, todo o universo riquíssimo e peculiar que eles possuem. E quando percebemos, tínhamos fotos ótimas, riquíssimas, e dai foi surgindo o sonho de revelar esse mundo para outras comunidades e dar visibilidade a essa cultura. Mas queríamos que fosse para toda BH e não apenas para a comunidade afro. E aí, surgiu a oportunidade de fazer no MUMO e só tenho a agradecer a eles e a BELOTUR que está nos apoiando.
A abertura é hoje, dia 21, e fica até dia 17 de janeiro. Vale a pena conhecer!
Ouça a entrevista completa aqui : http://inconfidencia.mg.gov.br/modules/debaser/singlefile.php?id=14055
Saiba mais sobre a Camila e seu trabalho:
A vida real é sempre mais inspiradora… True – Real People, Real Fashion