Desde pequena Daniela escreve e produz seus próprios projetos. Encenava teatro de papel e cobrava ingresso dos vizinhos, fazia quadros com os restos das reformas feitas em sua casa e vendia aos colegas de escola, criava presentes diferentes para dar aos amigos e namorados.Hoje, vivendo uma rotina de ponte aérea Rio-Beagá-Canadá ela se desdobra entre produção e atuação, além de encontrar tempo para assessorar outros artistas. Com vocês, Daniela Savassi: uma artista versátil e empreendedora!
-Você é uma legitima mineira, que carrega tradição no nome. Conta um pouco da sua origem.
Sou neta do dono da padaria Savassi, que deu origem a região mais charmosa de BH. Ela era um ponto de encontro e os jovens da época adoravam passear por lá e fazer o footing. Como sempre falavam: -Vamos na Savassi, se referindo a região próxima a padaria, o prefeito da época instituiu a região com o mesmo nome. Interessante é que a padaria do meu avô foi a primeira a fazer delivery de pão, uma avanço para época.
-Você é advogada de formação. Como é a Dani nos bastidores?
Bom, eu sou muito família, formada em Direito, pós graduada em Direito Tributário e tinha a esperança de mudar o mundo, lutar por justiça. Já passei muito perrengue nessas andanças, como me ver sozinha com água até a cintura em uma enchente no Rio de Janeiro ou queimar meus casacos no hiter enquanto vendia chesnuts nas ruas de Vancouver à -15º. E histórias tragicômicas, como no dia em que o prefeito do Rio pediu para ninguém sair de casa por conta de um perigo qualquer e eu, mega responsável, me vi saindo para trabalhar numa cidade literalmente fantasma. Jamais vou esquecer desse dia…Rs…Ninguém na Avenida Atlântica e o único barulho q ouvia era de um radinho de notícias lá no fundo, em algum lugar, em meio às ondas quebrando na praia.
-Como começou a sua trajetória?
Antes disso, trabalhei por 3 anos no Rio de Janeiro, onde fui contratada pela produtora Verdesign (hoje Soul filmes) , produzindo grandes trabalhos como um documentário sobre a banda Blitz, com Evandro Mesquita, o programa de TV “ Sem Tempero não dá” da chef Anna Elisa de Castro e a série “ Limites Humanos” veiculada pelo Canal Turnner Latin America.
Nessa época também participei como atriz em produções globais como a novela Passione, a minissérie Maísa e o quadro Família Brastemp do programa Caldeirão do Huck, ao lado de Bruno de Lucca. Também na TV Record atuei no quadro “ Procurados” do programa Balanço Geral.
-Seu espírito empreendedor te fez buscar outros campos. Como foi sua experiência fora do pais?
Sempre gostei de pesquisar as artes nos quatro cantos. Por conta disso, morei na Itália,rodei a Europa e cheguei no Canadá, através de uma bolsa de estudos que conquistei na cara e coragem em uma das melhores escolas de cinema do mundo.
A partir daí minha carreira internacional avançou a passos largos. Participei de 2 produções que foram selecionadas no festival de Cannes (Em “Salva nos”, que aborda o problema de tráfico humano, e que fui uma das garotas traficadas e em Magnolia Doll’s House, encenando a mãe de Magnolia no vídeo teaser do curta) e atuei como protagonista em mais de 20 curtas dentro da escola, dois deles premiados. Apesar da dificuldade com a língua, eu era a atriz mais convidada internamente aos trabalhos e despertava muita admiração de colegas e professores que a todo momento se diziam inspirados com meu trabalho. Isso era pra mim o maior incentivo e alegria. Porque a arte sempre me fez ultrapassar meus limites, vencer obstáculos. Eu tive síndrome do pânico quando era mais nova e foi a arte quem sempre me impulsionou, juntamente com minha família, claro. Quando o meu trabalho ajuda outras pessoas a serem melhor, então sei que estou no caminho certo, cumprindo minha missão de vida.
-Além de atriz, você fez trabalhos como figurinista e até assessoria. Como aconteceu isso?
Afinal, eu venho do teatro e no teatro você tem que ser versátil senão morre de fome. Não significa que você será o melhor em todas as áreas, mas que você será capaz de fazer acontecer, caso precise. Em minha primeira peça eu fazia 3 personagens que usavam máscara, luva, figurinos difíceis de vestir e ainda achava tempo para fazer maquiagem e entre uma troca e outra ajudar meus colegas a abrir e fechar cortina, arrumar o cenário, etc…No teatro aprendemos a trabalhar em grupo. Quem não é generoso ali, dificilmente resiste. E pra mim, essa é a beleza da arte.
Atualmente estou assessorando alguns artistas na área de artes cênicas e na música. Tenho alguns clientes também de outras áreas, mas que querem informações e dicas para se apresentarem melhor, para fazer vídeos em suas áreas, etc…às vezes a pessoa precisa fazer apresentações em público e tem muita dificuldade ou quer fazer um vídeo para atrair clientes em sua área, mas não sabe por onde começar.Eu as assessoro nisso.
Dou cursos online, palestras ou atendimento individual por skype. Tudo muito acessível à todos e à realidade hoje. Assim posso conciliar meu tempo à ajuda que tanto gosto de dar.
Além disso estou escrevendo um livro que vai tratar de superação, voltada para essa questão da síndrome do pânico q tive, mas de uma forma bem light, através da minha história com a arte.
Estamos também terminando os 10 episódios do tv show Menage para filmar ano que vem. E estou com mais dois roteiros engatados, buscando uma boa equipe. Quero filmar um aqui e outro na Europa. Mas, preciso, principalmente de um bom diretor de fotografia. Quero fazer parcerias aqui em BH, porque tem muita gente boa aqui ,mas que não tem oportunidade.
E em breve estará no ar meu canal “ Produzindo sem Grana” onde mostro na real mesmo como é hard fazer acontecer.rs Acho que é outra forma de ajudar a galera dessa área a saber contornar as adversidades…..que são muitas!
SUCESSO!